URBÁ
Residencial
8.108,30m²
Rio de Janeiro - RJ
2018
Maestra
Em desenvolvimento
Integração temporal na cidade
Com um conceito de integração entre dois tempos distintos, o projeto para a arquitetura do Urbá #87 une o passado histórico e até nostálgico de casas tradicionais do Rio Antigo com o presente extremamente urbanizado e a dinâmica acelerada da cidade.
Localizado na Grande Tijuca, o edifício se destaca pela pré-existência de dois sobrados no terreno, determinantes para a concepção desse projeto. Incomum no mercado imobiliário carioca, a opção de restaurar os sobrados pré-existentes, foi a principal inspiração para o desenvolvimento deste trabalho.
Com a premissa da integração entre passado e presente, elaboramos proposições diferentes para cada uma das três partes que compõem o projeto. No embasamento, espaço conector entre os sobrados e o novo edifício, foram distribuídas as funções mais utilitárias e necessárias a um prédio residencial. A exemplo do acesso principal, que se revela através do avanço de um pórtico perfurado para além do limite da fachada e da colocação do nome do empreendimento, sinalizando a entrada do edifício.
Nos dois sobrados, foram distribuídos os ambientes recreativos, em que os novos usos de lazer em conjunto com elementos clássicos, como lustres antigos, foram retratados nas fachadas como uma espécie de “raio-x” de seu interior, onde passado e presente se unem. É o que chamamos de um relato gráfico e arquitetônico na escala do pedestre, que permite a compreensão desses tempos distintos aos moradores e passantes. Concebido como um espaço integrado, onde os usos se mesclam, os interiores da área de lazer foram pensados com base em valores de compartilhamento e reunião. Valores esses que incentivaram a criação de outros atributos de projeto, como a horta urbana e a disposição de um carro compartilhado para uso dos moradores. Este é o primeiro empreendimento imobiliário do Rio de Janeiro a oferecer este tipo de serviço com incentivo à redução de carros na cidade.
Na torre, o volume de 12 pavimentos possui elementos mais neutros, através do uso de concreto, de revestimentos brancos e cinzas e dos detalhes em madeira, para destacar a pele verde na fachada voltada para o Viaduto Paulo de Frontin. Assim, a neutralidade do corpo principal do edifício respeita e valoriza seu embasamento e os sobrados. Outro caráter explorado no projeto foi a generosidade urbana de oferecer à cidade a delicadeza da pele verde junto à sutileza da poesia escrita na fachada, com mensagens pensadas para funcionar durante o dia e durante a noite. Dessa maneira, a própria arquitetura estimula poética e visualmente quem transita pela cidade, em especial àqueles que passam apressados pelo Viaduto Paulo de Frontin.
Com janelas generosas, as unidades residenciais tem iluminação e ventilação garantida, enquanto a pele verde mantém a privacidade dos moradores. Por último, no topo do edifício, uma cobertura com piscina descortina a exuberante paisagem de montanhas da cidade e o skyline de edifícios do centro do Rio.
MAIS INFO
projeto de arquitetura, fachadas, comunicação visual Celso Rayol e Fernando Costa
coordenador de projeto Daniel Osório
equipe Cora Bariou, Fabiano Ravaglia, Guelba Paiva, Mariana Netto
interiores Gisele Taranto Arquitetura
imagens Incubo Infografia